terça-feira, 13 de maio de 2014

Feriado na Hungria

Há quase dez dias cheguei do Brasil depois de uma temporada relativamente longa por lá.. Cheguei no sábado de carnaval (#porquenaosoubobanemnada ) e fui embora na sexta depois da páscoa.. Completando aí uns 50 dias!!! Foi ótimo, revi um montão de gente que amo muito!!! E que me fizeram e fazem MUITA falta!!O objetivo desse blog aqui é passar para o pessoal daí como e por onde ando por aqui.. Quais são minhas idéias, meus pontos de vista, etc.. Por isso going my way.. 
Então, ao chegar do Brasil, arrumei minhas tralhas e logo depois nos mandamos a viajar de novo!
Fomos na sexta-feira já que aqui na Inglaterra, todos os feriados nacionais (nesse caso era do dia do trabalho), não importa que dia caia na semana, ele sempre é transferido para a segunda-feira.. Logo todos os feriados que temos são "prolongados".. Mas não pense que são muitos não, contando natal e réveillon temos só 6 feriados!!
Aí no Brasil tudo é feriado, e tudo que é feriado na terça ou na quinta vira férias!!
Aqui infelizmente não é assim #chateada .
Dessa vez o destino era a Hungria, mas infelizmente não conheci Budapeste como todo mundo deduziu..
O melhor amigo do Alex é Húngaro e fomos visitá-lo em sua cidade, cujo nome é Pécs.
Resolvi escrever e aprofundar mais sobre essa viagem porque realmente a Hungria me surpreendeu.
Sei lá se algum dia algum Húngaro ou descendente lerá esse texto, se sim, desculpa mas não dava NADA pelo país de vocês, aliás acho que mais da metade dos brasileiros nem deve saber que Budapeste é a capital e a mim, desse país meus conhecimentos se limitavam somente a isso.
A Hungria é um país de uma história incrível, já foi invadida pelo império Romano, ainda vê-se as muralhas pela cidade e também pelos Turcos Otomanos que levaram para lá o costume do banho turco e saunas..
Já foi também império junto com a Áustria (outro país que sou louca pra visitar) e junto com ela perdeu a Primeira Grande Guerra, perdendo assim grande parte do seu território.
Na Segunda Grande Guerra, se aliou a Alemanha Nazista e voltou a conquistar seus territórios mas por fim os perdeu novamente.
Bom, poderia passar mil posts falando da história sangrenta desse pequeno país mas simbora continuar..
O Alex sempre foi encantado com a culinária de lá, aliás estaria exagerando falando que ele conhece a culinária, já que em suas visitas a Hungria seu cardápio nunca variou muito. O goulash ( lê-se gúlach) ou como eles chamam "guyásh" é uma espécie de sopa de carne, com feijão ou sem, com macarrão ou sem, tudo depende de onde você vai comer, mas o que não falta é a páprica, que no sotaque deles é paprîca, e um pouquinho de pimenta malagueta!

Aliás essa tal de paprîca deles esta em todo lugar, em todas as refeições, e não estou exagerando!!
Como o feriado foi internacional e coincidentemente havia um festival de música na cidade, o hotel que ficamos estava lotado de húngaros, e o café da manhã estava longe de ser continental!
Pela primeira vez na vida vi gente comendo salada às 7 da manhã! Salada de alface, tomate, pimentão (a tal da paprîca deles) e o mais estranho: com café!!
Salada de maionese, salsicha, macarrão, ovo, feijão.. Achei muito surreal!!


Outra coisa que não sabia era que os vinhos húngaros são super respeitados na Europa toda e que uma das regiões produtoras é bem pertinho dali.. Pegamos um trem para podermos aproveitar bem..
Foi um passeio delicioso provamos um montão e foi lá que experimentei o famoso goulash..


Foi nesse trem que conheci a Hungria terceiro mundo, o trem era bem precário, as estações então.. nem se fale, mas não posso reclamar porque no Brasil nem bem trem nós temos..
A Hungria terceiro mundo também vi vendo os ciganos.. Lá é quase que a terra deles, se é que algum lugar o é.. Eles vivem a margem da sociedade, e isso é claramente visto em cidades "pequenas" como Pécs (que nem é tão pequena assim ~150mil pessoas).
Pécs é uma cidade universitária, sua faculdade de medicina  emite um diploma (em inglês ou alemão) que é reconhecido em toda Europa, já que a Hungria faz parte da união européia. Mesmo fazendo parte a moeda continua sendo o florim e o custo de vida é baixíssimo comparado aos outros países, aí você pode imaginar o número de estudantes que vão estudar por lá..
Mesmo tendo estudantes de todas as partes, árabes, indianos, chineses..  A vasta maioria da população é branca e quase que segregados, vivem os ciganos.. Nem preciso dizer que, por alguns momentos, senti alguns olhares esquisitos..
O Alex falava que não, que é só porque eu era diferente deles.. Mas não era só isso.. Anyway.. levei na esportiva..
A um tempo atrás, quando o Alex resolveu aprender português, ele comprou o livro do Chico Buarque chamado Budapeste.. Que por sinal é muito bom, eu li também..
Chico falando que o húngaro é a única língua que o diabo respeita,  deu sua versão do que o rei Carlos V costumava dizer.. Para ele a língua espanhola era ideal para se falar com os reis (talvez pela prepotência), o italiano com a mulher amada, já o francês com o amigo, o holandês com os serviçais, o alemão com os soldados, o latim com Deus e o húngaro com o diabo. Eles estavam certos.Devo dizer que, de fato, essa língua não é nem de perto alguma coisa familiar.. A língua mais próxima seria o finlandês e dessa eu nunca nem ouvi "oi"..

Em todo caso, meu conhecimento nos sujeitos : Hungria e idioma húngaro foram de -5 a próximo de 1!!Já sei falar "oi" ( szia: pronúncia igualzinho ao see ya dos ingleses) e obrigada, que não saia por nada, até eu perceber que parece que alguém está perguntando o seu nome :  Köszönöm  lê-se tipo co-sô-nom... Hahaha foi a melhor explicação..
Bom, meu muito köszönöm pra vocês terem tido a paciência de ler esse tijolão de post e em breve, bem breve mesmo, escreverei sobre a linda cidade que deixo hoje e que passei os últimos três dias..

Fiquem com mais fotos desse nosso feriado:






Um comentário:

Solange disse...

Uma vez li que compartilhar conhecimento e experiência é ser generoso.Acredito nisso! Obrigada por estar sendo generosa. Percebo nos seus textos, leveza, humor, pesquisa e amor. Te amo!